Imagine que, uma vez a cada ciclo de vida que se encerra, a
Vida (em pessoa!) convida você para comemorar com uma pizza. Ela vem cortada em
vários pedaços, um de cada sabor: relacionamento, saúde, aprendizado,
espiritualidade, realizações, conquistas, superações, desenvolvimento... Ela
sempre lhe oferece a pizza e fica com um pedaço só – e você tem o direito de
saborear todos os outros. Você escolheria apenas um sabor (sempre o mesmo
sabor) e deixaria os outros na mesa? Você ficaria lamentando pelo pedaço que a
vida comeu e deixaria os outros na mesa?
Mas a gente faz isso, e faz muito, ao longo da vida... Um
bom exemplo disso é a importância exacerbada que em algumas fases da vida damos
a uma só coisa, seja ela o status, um relacionamento, ou qualquer outra. A
gente fica muitas vezes comendo uma só fatia da vida anos a fio, ignorando
todos os outros sabores, como se nada importasse no mundo além daquilo, como se
fosse a única coisa que a vida tem a oferecer, e se esquece de saborear tantas
e tantas coisas que a vida nos dá, imaginando que tudo isso não tem graça nem
valor, mesmo sem experimentar. Ou, por outra, ficamos ali, lamentando pelo
pedaço que a vida comeu e não quis nos oferecer naquele momento, e deixando
apodrecer todos os outros que poderiam nos alimentar porque... Simplesmente
porque um pedaço está faltando! Como se uma vida completa não fosse a pizza
inteira, mas só aquele pedaço.
Uma vida completa é uma pizza inteira com tantos sabores
quanto for possível, com tantas fatias quantas forem imagináveis. Nem sempre a
gente tem a pizza inteira, às vezes a vida come um pedaço para nos obrigar a
experimentar os outros sabores. Às vezes a gente só come um pedaço a vida
inteira e nunca percebe quantas outras possibilidades já temos ali, à mesa, só
por termos nascido. A questão é que todos nós queremos uma vida plena, mas
dificilmente aceitamos a pizza inteira. Nós só queremos o pedaço que já saturou
e viciou nosso paladar, ou então o pedaço que não está disponível no momento. E
dispensamos a pizza! E dispensamos a vida!
Parar de experimentar é parar de viver. Alimentar apenas uma
centelha da nossa consciência e das nossas possibilidades é recusar-se a viver
plenamente. Convido cada um de vocês a olhar para sua pizza – não para o mesmo
pedaço, nem para o pedaço que falta, mas para a pizza inteira. E a não se
contentar só em olhar... Mas em ceder à curiosidade de saborear cada pedaço!
Abençoados Sejam!
Corvo negro
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