sexta-feira, 7 de novembro de 2014

HUMANIDADE

Nesta semana recebi o presente de uma grande inspiração. Sabe aquele sentimento que você tem sobre uma idéia que não consegue definir com palavras? Pois é, me chegaram as palavras, prontas, para a mesma idéia, embora com um sentimento diferente transbordando delas. São estas as palavras:

"Você não tem que se sentir 'ok' o tempo todo. 
Você não tem que estar sem escudos o tempo todo.
 
Você é maior do que isso, não é tão limitado.
 
Não existe um 'sou sempre assim' para você.
 
Você tem espaço tanto para o ‘está bem!’ quanto para o ‘não está bem!’ - para a aceitação ou para a resistência.
 
Você não precisa de qualquer rótulo afixado e imutável de si mesmo.
 
Você não precisa ser o guru iluminado ou o guerreiro espiritual.
 
Você não precisa ser o único tranquilo, o desperto, o forte, o altamente evoluído, aquele imune ao sofrimento.
 
Isso tudo são limitações na sua natureza.
 
Basta ser o que você é, não ‘isto’ ou ‘aquilo’, mas O Uno, o espaço para tudo isso e muito mais, tal como surge.
Deixe a vida chutar você de cima do seu pedestal e derrubá-lo tanto quanto for necessário, até que você perca todo o interesse de estar em pedestais."
Jeff Foster



É isso... Eu descreveria isso de outra maneira, mas não seria a mesma descrição; talvez não fosse tão precisa, talvez não fosse tão suave, mas seria igualmente humana. Porque no fundo, isso trata da humanidade em si. E o que é a humanidade senão o conjunto de diversidades e intensidades que existe em cada um dos seres humanos? Quer algo mais humano do que dizer a mesma coisa de forma tão diferente do outro que parece que estamos falando de outro assunto ou em outra língua?

Esse modelo que apreendemos, em que se deve estar sempre calmo, ser sempre sensato, não sentir raiva ou tristeza, não manifestar aquilo que desagrada, estar com a razão o tempo todo, dizer sim sempre, conformar-se, anular os instintos, reagir a tudo com sorrisos, é o modelo da omissão à humanidade que nos habita, que é o que somos. É o antinaturalismo plástico de um molde inerte, é a rejeição à própria vida (e de nós mesmos).

Pelo quê nascemos, para o quê nascemos, senão para experimentar a humanidade? Rir, chorar, abraçar, xingar, amar, se enfurecer, aceitar, recusar, acertar em cheio e errar bem feio, e deixar tudo isso passar por nós sem que haja tempo para gerar rótulos, mas havendo tempo suficiente para gerar experiência – isso é viver. Soltar a vida que pulsa presa dentro de nós e deixá-la pulsar livremente.



Que me perdoem os que se acham “certinhos”, que me perdoem os que acreditam que são “bonzinhos”, que me perdoem aqueles que acham que a vida foi criada para ser negada e que o ser humano foi trazido a ela para rejeitá-la; que me perdoem os que defendem que há um “modelo padrão correto” em que todo mundo deveria se encaixar na hora de sentir, pensar, fazer. Ou que não me perdoem se não quiserem. Eu não estou aqui para acompanhá-los, para acatá-los, para agradá-los. Eu gosto mais dos erradinhos, pois estou aqui para encontrar, manifestar e expandir minha própria integridade, com toda a minha intensidade, em todas as versões de mim. Eu sou livre! EU SOU! E quem é você?

Abençoados sejam!

4 comentários:

  1. "O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo o mundo... Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. O senhor concedendo, eu digo: para pensar longe, sou cão mestre - o senhor solte em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa por fundo de todos os matos, amém!". - Guimarães Rosa.

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    1. A poesia e a literatura guardam muitas pérolas do pensamento, colocadas de forma despretensiosa e cheia de beleza! Não li muito de Guimarães Rosa, mas em Cecília Meirelles, em Fernando Pessoa e tantos outros encontrei muita inspiração para refletir... Muito boa pedida esse trecho!

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  2. O comentário sobre que penso ser é de 12/11/2014, postado às 04:40 horas.
    Ás 19:30 horas completo mais um ciclo: 54=9
    9*!*7

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    1. Parabéns a ti e que os bons ventos abram seus caminhos!

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