segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SAIR DE CENA

Gostarmos ou não gostarmos de uma pessoa, ou da sua forma de se expressar, ou não concordarmos com suas ideias, ou não aprovarmos seu jeito de ser, não significa que ela seja “ruim” ou esteja errada, significa apenas que, para os nossos gostos e crenças pessoais, algo ali não serve. E gosto é pessoal, cada um tem o seu, assim como crenças. Ora, que coisa mais óbvia!

É fácil observar quando uma pessoa diverge do gosto pessoal de outra. Geralmente ela é alvo de um bombardeio. Chovem críticas explícitas ou sutis, na tentativa de convencer o mundo de que aquilo é ruim ou está errado, na tentativa de angariar seguidores para um exército de combatentes daquele que não agrada. Às vezes funciona, às vezes não. Independente disso, é questionável este comportamento, do ponto de vista da ética e do sob a ótica do que é humanidade. No caso da política, bom, aí é compreensível, existe realmente uma disputa e o jogo de poder começa antes do poder entrar no tabuleiro... Mas nas relações sociais, eu considero questionáveis as pessoas que agem desta forma. Pra não dizer problemáticas...

É claro que todos têm o direito de expressar o seu “gosto disso” e “não gosto disso”. Até aí, tudo está normal; nada nem ninguém jamais poderá agradar a gregos e baianos. Estranho seria se ninguém desagradasse ninguém.

Mas, quando algo que desagrada se torna motivo de maledicência, julgamentos, calúnias e alvo de um combate que visa destruir, ofender, excluir ou difamar, então caímos numa grande armadilha, em que a noção de ética nos abandonou e foi substituída pela vaidade, uma vaidade tão grande que nos cega para o fato de que somos nós que estamos agindo mal, somos nós que estamos fazendo o papel de vilões, e não aqueles que combatemos, quer conquistemos seguidores em nossa empreitada, quer não. Isso, diga-se de passagem, é patológico: descarregar sobre alguém coisas que são nossa com objetivo de destruir. Sim, porque gosto, como disse antes, é pessoal; o gosto é nosso e os outros não tem nada a ver com isso.

Olhando pelo prisma do que é o humano, o humano é infinitamente múltiplo e variável, e sempre haverão aqueles extremamente familiares com quem nos sentimos em casa e aqueles extremamente diferentes que causarão choque. E cada um deles tem direito a seu próprio espaço; nenhum deles está certo ou errado simplesmente porque nos agrada ou desagrada. Afinal, somos o centro do universo? Somos os donos da verdade? Somos um modelo do que é ser “bom”? Deste ponto de partida, nada mais arrogante do que acreditar que deve “consertar” os outros, e que se não puder “consertar” deve destruir... Este é o ego dos egos!

Pra mim, o ponto de equilíbrio é quando você, ao “desgostar”, sai de cena sem cair na armadilha da vaidade, sem deixar-se ludibriar pela arrogância. Você simplesmente admite para si mesmo que não gosta, que aquilo não lhe serve, dá as costas e vai... Seguindo seu caminho, sem nem lembrar daquilo que ficou pra trás e fora dele... Sem tentar encontrar uma forma de combater ou destruir porque não gosta, sem tentar acusar porque não te agrada. Bom mesmo, certo mesmo, bonito mesmo, é se assumir.

Abençoados Sejam!

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