Amor Ágape, amor Eros, amor de irmãos, amor de pai, de mãe,
de amigo, de amante. A gente fala muito e repete muito que tem muitos tipos de
amor. Acredito que existam muitas formas de amar, mas amor é amor. O sentimento
é sempre o mesmo, o que muda é o que desejamos fazer com ele, de que forma
escolhemos manifestá-lo, experimentá-lo, direcioná-lo.
Amor Eros? Talvez seja um nome mais polido para tesão, que
pode fazer parte (ou não) da forma como você expressa e experimenta o amor, mas
que não é amor. Da mesma forma que o nosso desejo ou a nossa necessidade de
posse sobre uma pessoa também não é amor. Da mesma forma que a vontade de
contato físico não é amor. Da mesma forma que a dependência emocional de alguém
não é amor.
Em todas as formas de expressar e experimentar aquilo que
chamamos de amor, muitas vezes está apenas o reflexo das nossas doenças
emocionais. Pais e mães que chamam de amor sua necessidade de controle ou
sentimento de posse sobre os filhos, irmãos que chamam de amor sua disputa por
aprovação, amantes que chamam de amor a necessidade por tapar o buraco
existencial com a energia do outro ou a carência, escravos sexuais que chamam
de amor o uso do corpo do outro para a satisfação de suas compulsões.
O que é amor, então? Amor é amor. É aquilo que você sente
quando olha para alguém e tudo o que você deseja é que aquele ser exista, e
você agradece porque ele existe e admira sua existência. Não reclama porque ele
não foi feito sob medida para suas preferências e suas lacunas, não acha o fim
do mundo que ele ame outras pessoas, não precisa que ele seja diferente, não
necessita consumi-lo até esgotá-lo. Você simplesmente agradece porque ele é e
está, e não deseja que ele esteja lá PARA você, mas deseja estar lá COM ele. E
só deseja a ele tudo o que ele deseja para si mesmo.
Abençoados sejam!
Lara Félix
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