terça-feira, 7 de outubro de 2014

O MEDO DENTRO DO MEDO

Todos sentem medo, e cada um de nós tem uma forma de reagir diante do medo. Mas existem dois medos dentro de nós, o visível e o invisível.

O medo visível é aquele que se manifesta nas coisas externas: medo de altura, medo de barata, medo de dirigir. Mas este não é o medo real, é apenas o lugar onde descarregamos o medo real, que é o medo invisível, aquele que não demonstramos, que não colocamos em palavras, que muitas vezes não assumimos nem diante de nós mesmos: o medo do fracasso, da rejeição, do erro, da responsabilidade, da dor.

O medo visível funciona como uma ferramenta para a manutenção do medo invisível. Ele mantém o medo invisível oculto, pois nos permite descarregar suas tensões em outro lugar, e ao mesmo tempo nos chama a atenção para o fato de que existe algo dentro de nós que não estamos dispostos a encarar. O medo invisível faz com que o medo visível aconteça, e o medo visível facilita nossa postura de não lidar com o medo invisível, pois suas tensões são aliviadas ao direcionarmos para outro foco.

O medo visível torna-se um delimitador de experiências tão potente quanto o medo invisível. Ele limita nossa vida cotidiana de maneira clara, nitidamente perceptível, enquanto o medo invisível nos cerceia por dentro, silenciosamente, disfarçadamente.


Mas nada disso é irreversível. Podemos usar o medo visível como alavanca para a cura do medo invisível. Quando questionamos e confrontamos o medo visível (Afinal, o que pode contra mim uma simples barata? O que me aconteceria de tão trágico se eu caísse de uma cadeira? Por que cargas d’água o ato cotidiano de dirigir me intimida tanto?), podemos derrotá-lo,  tornando nossa mente mais forte, mais resistente para lidar com o medo invisível; o deixamos sem sua válvula de escape e sem sua máscara. Cedo ou tarde ele terá de se apresentar para nós exatamente como é. E poderemos também questioná-lo, confrontá-lo, derrotá-lo.

Os medos são cercas que colocamos em nossas vidas. Cercas que nos dizem até onde nossa experiência pode ir. Quando nascemos, possuímos infinitas possibilidades para experimentar, para escolher, e através das programações de medo cercamos um espaço que cria a ilusão de segurança, de invulnerabilidade, onde aquilo que tememos não pode entrar e nós também não podemos sair. Mas o medo é só uma idéia – uma idéia fixa em que acreditamos, é nossa imaginação e criatividade estagnadas e direcionadas para a tragédia, contando uma história de terror que só acontece em nossa mente. Através do medo estamos, na verdade, profetizando o desfecho que não queremos para algo que não vamos tentar em função da nossa imaginação. Mas nada disso é real, está acontecendo apenas na nossa imaginação, assim como a ameaça da barata.

Então porque não confrontar esses pensamentos que, no fundo, sabemos que são mentiras? Porque não curar nossos medos e voltar a ter infinitas possibilidades de vida, experiência e sucesso?

Estamos aqui para viver intensamente. INTENSAMENTE!


Abençoados sejam!

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