Todos sentem medo, e cada
um de nós tem uma forma de reagir diante do medo. Mas existem dois medos dentro
de nós, o visível e o invisível.
O medo visível é aquele
que se manifesta nas coisas externas: medo de altura, medo de barata, medo de
dirigir. Mas este não é o medo real, é apenas o lugar onde descarregamos o medo
real, que é o medo invisível, aquele que não demonstramos, que não colocamos em
palavras, que muitas vezes não assumimos nem diante de nós mesmos: o medo do
fracasso, da rejeição, do erro, da responsabilidade, da dor.
O medo visível funciona
como uma ferramenta para a manutenção do medo invisível. Ele mantém o medo
invisível oculto, pois nos permite descarregar suas tensões em outro lugar, e
ao mesmo tempo nos chama a atenção para o fato de que existe algo dentro de nós
que não estamos dispostos a encarar. O medo invisível faz com que o medo
visível aconteça, e o medo visível facilita nossa postura de não lidar com o
medo invisível, pois suas tensões são aliviadas ao direcionarmos para outro
foco.
O medo visível torna-se um
delimitador de experiências tão potente quanto o medo invisível. Ele limita
nossa vida cotidiana de maneira clara, nitidamente perceptível, enquanto o medo
invisível nos cerceia por dentro, silenciosamente, disfarçadamente.
Mas nada disso é
irreversível. Podemos usar o medo visível como alavanca para a cura do medo
invisível. Quando questionamos e confrontamos o medo visível (Afinal, o que
pode contra mim uma simples barata? O que me aconteceria de tão trágico se eu
caísse de uma cadeira? Por que cargas d’água o ato cotidiano de dirigir me
intimida tanto?), podemos derrotá-lo, tornando
nossa mente mais forte, mais resistente para lidar com o medo invisível; o
deixamos sem sua válvula de escape e sem sua máscara. Cedo ou tarde ele terá de
se apresentar para nós exatamente como é. E poderemos também questioná-lo,
confrontá-lo, derrotá-lo.
Os medos são cercas que
colocamos em nossas vidas. Cercas que nos dizem até onde nossa experiência pode
ir. Quando nascemos, possuímos infinitas possibilidades para experimentar, para
escolher, e através das programações de medo cercamos um espaço que cria a
ilusão de segurança, de invulnerabilidade, onde aquilo que tememos não pode
entrar e nós também não podemos sair. Mas o medo é só uma idéia – uma idéia
fixa em que acreditamos, é nossa imaginação e criatividade estagnadas e
direcionadas para a tragédia, contando uma história de terror que só acontece
em nossa mente. Através do medo estamos, na verdade, profetizando o desfecho
que não queremos para algo que não vamos tentar em função da nossa imaginação. Mas
nada disso é real, está acontecendo apenas na nossa imaginação, assim como a
ameaça da barata.
Então porque não
confrontar esses pensamentos que, no fundo, sabemos que são mentiras? Porque
não curar nossos medos e voltar a ter infinitas possibilidades de vida,
experiência e sucesso?
Estamos aqui para viver
intensamente. INTENSAMENTE!
Abençoados sejam!
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